domingo, 27 de junho de 2010
Curiosidade
“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino”. Paulo Freire.
Hoje, revisando as atividades de meu estágio, sob a perspectiva Freireana, entendo que aprendi e ensinei assim como meus alunos, que ora ocuparam lugar de aprendizes, ora de "ensinadores", graças as nossas curiosidades e busca respostas à elas. E, a grande diferença é que sim, as crianças estiveram inseridas na busca durante todo o processo, fato que, para mim, foi novo pois até então, quem definia as linhas de pesquisas e conduzia os trabalhos, era eu. Felizmente, não foram muitas as dificuldades de adaptação e o resultado foi muito gratificante.
domingo, 20 de junho de 2010
ALFABETIZAÇÃO / LETRAMENTO / TECNOLOGIAS
No texto “Um olhar dos estudos Culturais sobre artefatos e práticas sociais e escolares de alfabetização e alfabetismos”, de Iole Faviero Trindade, li o seguinte: “todos(as) nós somos ou mais ou menos alfabetizados(as), ou mais ou menos letrados(as), dependendo dos domínios que temos e dos usos que fazemos das tecnologias de que dispomos e que nos são reclamadas em nossos dias.” E, lendo isto, fiquei a pensar no quanto este curso está nos auxiliando na tarefa de oportunizar aos alunos o uso de diferentes tecnologias. Vejo grande progresso na habilidade de lidar com o computador, acessar programas e fazer uso deles, desde que estou trabalhando com meus alunos, especialmente neste ano onde usamos diariamente o computador para localizar informações, escrever textos, fazer power point, fazer gráficos para colocar dados coletados em entrevistas, assistir e produzir vídeos, enviar correio para agendar visitas ou comunicar com as pessoas, conhecer e localizar lugares que estamos estudando, entre outras coisas. Antes de iniciar no PEAD, eu mesma não sabia e por isto mesmo, não fazia uso destas modernas tecnologias, era mimeógrafo, retro projetor e registros, só escrito em papel ou foto revelada no laboratório. Hoje, continuo usando as antigas, mas, nada comparado com a praticidade, rapidez e eficiência das tecnologias e mídias atuais. Deste modo, sinto-me, junto com as crianças, mais alfabetizada e muitíssimo mais letrada do que anteriormente. Fico na torcida para que minhas colegas busquem a formação necessária e comecem a fazer usos destas pequenas maravilhas para ajudar os alunos nas suas aprendizagens. Além do computador, meus alunos sabem lidar com máquina digital, filmadora (fizeram meu vídeo de apresentação), celular. Com tudo isto, estamos construindo um bonito e rico caminho, e, o mais emocionante é perceber no olhar e no sorriso dos alunos a satisfação e o quanto se sentem importantes por estarem frente não às minhas, mas às suas próprias produções. Preciso dizer que meu sentimento é o mesmo que o deles?
sábado, 12 de junho de 2010
Conhecimento à Partir de Obras de Arte
Com o projeto de artes, analisamos obras de pintores que contribuíram muito para a compreensão da história de nosso povo. Dentre eles, Jean Baptiste Debret, aquarelista Francês que retratou questões sociais importantes do nosso país, mas focamos essencialmente nas que se referiam aos africanos. Hoje, após encerrado o projeto, os alunos continuam mostrando interesse, trazendo gravuras, fazendo leituras de obras dos artistas e agora, estão estabelecendo relações entre os fatos observados, discutidos e estudados com o que estão vendo no projeto Copa do Mundo, principalmente no tocante à identidade afro/brasileira.
Assim é que vejo contemplada a abordagem feita por Carmen Rangel da Silva no texto: Distendendo Memórias, Redescobrindo Sentidos, Reescrevendo Identidades Negras/Mestiças: “É central hoje para o currículo escolar pensar sobre os ancestrais africanos do povo negro tornado "brasileiro", sobre o que eles representam do ponto de vista de sua história, mas, sobretudo, da forma como o conhecimento e a valorização desta afro-história possa contribuir na construção de traços da personalidade coletiva e individual deste povo, de sua identidade, de sua auto-estima. A possibilidade de redescoberta de regiões e das histórias da África que remontem às origens anteriores à chaga da diáspora do século XVI, assim como a busca de novas possibilidades didáticas na sala de aula no caminho da (re)significação das histórias negras/mestiças nestes cinco séculos de Brasil.
É necessário o reinventar do conhecimento em relação à África, de seus povos tão ricos em diversidade e tão uníssonos em sentidos, sentimentos, atitudes e certezas em relação aos significados de suas raízes ancestrais, na força de sua história oral, de seus signos culturais.”
Fico a pensar, ainda, no quanto eu aprendi com as crianças, à partir de um projeto que me angustiou tanto inicialmente, pelo pouco conhecimento que tenho sobre Artes. Hoje sei um tanto mais graças à eles e às nossas inúmeras pesquisas e atividades sobre o assunto.
sábado, 5 de junho de 2010
Avaliação
Está chegando o momento em que o professor fica apreensivo porque precisa converter o processo vivido pelo aluno em um número. Hora da avaliação. Por mais que tenhamos acompanhado a caminhada de cada um, tomado o cuidado para que as dificuldades servissem para redirecionar as estratégias pedagógicas, fica sempre, para mim, pelo menos, o medo de cometer injustiças. Tentei, ao longo deste trimestre, agir conforme Luckesi propõe: “A avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem” (LUCKESI, 1996, p. 81). Espero sinceramente que um dia a prática da nota, seja abolida e que em seu lugar seja adotada a avaliação descritiva a serviço do acompanhamento da evolução do aluno para determinar o caminho adequado a sua aprendizagem e não como prática classificatória e excludente.
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