terça-feira, 30 de novembro de 2010

Reflexões

Trouxe, em postagem para Libras no 7º semestre, o seguinte: "Se hoje existem inúmeros recursos, tecnologias diversificadas e eficientes, especialistas altamente qualificados, lamentavelmente não podemos contar com eles, porque o estado não disponibiliza nada neste sentido. Nem mesmo o município permite que os alunos da Rede Estadual utilizem os serviços que oferecem aos alunos da Rede Municipal, como se não morassem na mesma cidade, seus pais não pagassem impostos, enfim, nos sentimos impotentes diante do empurra-empurra entre as Redes e o prejuizo maior é da criança que não é atendida em suas necessidades. Sem um parecer dos profissionais da saúde, ficamos nós professores, perdidos, duvidosos, inseguros."
O filme O Menino Selvagem assistido por nós nesta interdisciplina, mostrava quão parcos eram os recursos há tempos atrás e eu tentei mostrar como hoje apesar da imensa evolução, não dispomos de pessoal,(muito embora eles existam) principalmente, para dar suporte às escolas que não sabem o que fazer com alunos com necessidades especiais. Logo em seguida, a estas reflexões, minha escola foi contemplada com uma sala de recursos que até hoje não foi aberta por falta de profissional capacitado para assumí-la.
Ainda não podemos contar com psicólogos, psicopedagoga, neurologistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros que são mantidos pelo município e isto é bem ruim, mas, frequentei cursos nesta área e pude, assim, ver que há sim uma preocupação tanto do governo federal, quanto do estadual e municipal. As salas de recursos são equipadas para atender a todo tipo de deficiência, porém, o recurso humano é que está atravancando o processo. Os cursos que se encontra são extensos, normalmente nas férias e os professores não desejam usar este tempo para se especializar. Também são bastante caros e a oferta de vagas é pequena. Mas, independente desta formação, penso que em primeiro lugar há que existir por parte do professor, a certeza de que todo aluno é capaz de aprender além de ter o desejo e o compromisso de auxiliá-lo em suas necessidades. E, lamentavelmente pude verificar durante a pesquisa para meu TCC que a grande maioria, quer apenas dar conta do conteúdo da série, sem a preocupação com o ritmo e capacidade dos alunos. O que pude observar é que o uso de qualquer meio ou estratégia que comprometa a "ordem" e disciplina da sala, está fora de cogitação. E fico pensando que não bastam apenas recursos tecnológicos ou especialização, nem adianta somente os recursos humanos. Ambos são necessários e ainda somados a uma postura de comprometimento do professor ou qualquer profissional. Que como prega Comênio, "considere o aluno" subentendendo-se que seja em suas especificidades.
Desejo falar, ainda de minhas expectativas quanto a interdisciplina de Libras. Dizer que elas foram superadas, pelo tanto que aprendi, pela forma como o tema foi abordado, pela desenvoltura e conhecimento da professora. O melhor de tudo foi ficar sabendo que as pessoas surdas têm autonomia, se relacionam fora do círculo familiar, viajam, enfim, têm vida própria, direitos e deveres como as demais pessoas. E como foi bom conviver com Eleonora... Ela se expressava tão bem que somente em raros miomentos sentia falta do som da fala.

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